Lá eu faço muito, quase tudo
Aqui, penso toda vida
Rasa em amores contidos, numa rotina tímida de casa na árvore
Saudosa dos calores urgentes e veranis
Fugi daqui por um respiro
Cheguei em ti sei lá por que
Tenho andado muito em mim, numa dança improvisada
Eu me encanto toda, confete sem rumo em qualuqer carnaval
Eu sinto em enfim, bem como tem que ser
Eu me quis sentir, de uma vez só
Quis ficar na vida, me arrepiar inteira
Apostar corrida sem saber do fim
Se eu sair na chuva, molhada de cor
Se eu ficar deitada, num amor alongado
Ou quiser ser leve, me pintar de tudo
Talvez eu seja e só, tão viva que dói
Posso querer lembrar e esquecer
E ir e vir, num embaraço descuidado
Eu posso me curar dos meus anteontens
E arriscar todos eles se eu achar que sim
Entrei numa ciranda de coisas caprichadas,
sem querer ou querendo mesmo
Me achei numa vastidão alaranjada, amor do sol com o céu
Me apego a tudo e a tão pouco, sou mil pedaços de mim
Eu sou os caminhos improváveis de um rio atravessado
Sou a multidão barulhenta numa feira de fim de semana
Eu sou o som da água quando se nada no mar gelado
Sou o colorido dos olhos de alguém que enxerga os outros
Uma viagem bonita que se faz a pé
Sou o amor aos poucos, de quem não tem pressa
E a potencialidade de tudo o que eu quero ser